É o que diz o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil (2023), baseado no ano de 2022, feito pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA).
Isso significa que cada um de nós geramos uma média de 1,04kg de lixo por dia.
A primeira vista e isoladamente, esse valor diário poderia parecer irrisório. Mas, se relacionarmos com o número de habitantes no Brasil, ele se torna impactante: 77 bilhões de quilogramas em um único ano. Portanto, ano após ano, significa que um grande volume é gerado continuamente.
Correlacionando-o também ao fato de que aterros possuem vida útil limitada e que uma área destinada para aterramento não poderá mais ser reutilizada, teríamos que dispor continuamente de locais somente para descartar esse lixo.
O resíduo sólido urbano tem muitas formas de ser aproveitado. Quando descartamos na coleta regular, que vai para o aterro, estamos desperdiçando uma fonte de recursos e aumentando a degradação ambiental.
Já temos diversas formas de degradação ambiental causada pela atividade humana, não podemos nos dar ao luxo de “perder” mais áreas para esta finalidade, se há como diminuir esse impacto.
O que fazer com tudo isso?
Compostagem
Nesse processo, os restos de alimento são transformados em adubo para hortas e jardins. Veja algumas opções:
• Faça você mesmo: uma composteira doméstica é bem simples de fazer. Ocupa pouco espaço, não tem cheiro e não atrai insetos. Ótimo para quem gosta de plantas, pois fará uso próprio do que produzir. Aqui vão dois tutoriais de como fazer uma composteira doméstica: 1. EMBRAPA e 2. eCycle.
• Serviço Público: verifique seu município essa forma de destinação já existe e como funciona o serviço.
• Serviço terceirizado: busque por empresas locais que trabalhem com a compostagem e veja se elas recebem esses materiais. Há empresas, por exemplo, que fazem compostagem e hortas. Geralmente, elas oferecem como parte do serviço, vegetais orgânicos de sua plantação, com preço mais acessível para seus clientes fornecedores dos resíduos orgânicos. Nesse caso, além de dar utilidade para seu lixo, você contribui para o produtor local e consome uma alimentação mais saudável.
Mas temos que pensar na parte seca que compõe nosso lixo. Vamos a ela.
Reciclagem
Sem novidades. Muito de nosso lixo é composto por materiais que podem ser reciclados, principalmente embalagens. Veja algumas opções:
• Coleta seletiva: verifique se há esse serviço em seu município e comece a disponibilizar o material nos dias da coleta.
• Ecoponto: outra forma é levar você mesmo até esses locais. Veja as regras e localização dos ecopontos na sua cidade no site da prefeitura.
• Venda ou doe: muito ou pouco, seu resíduo vale dinheiro. Você mesmo pode levar até um comprador, popularmente conhecido como “ferro velho” ou entregar para um catador que fará o mesmo processo. Além de reciclar, você ajuda a renda de outra pessoa.
Importante: para que a reciclagem seja efetivada, ela depende de algumas ações que devem partir de você, na sua casa. Veja:
• Separação: separe o reciclável do orgânico. Se possível, separe-os também por tipo. Isso ajudará no processo de triagem.
• Higienização: limpe os recicláveis. Materiais impregnados e sujos são descartados durante a triagem. Além de não poderem ser reciclados, ainda atrapalham o processo de triagem.
Responsabilidade de todos
Essas são algumas formas de transformar o lixo em um novo produto (como o adubo) e em matérias-primas (como os recicláveis).
Isso diminui a extração de recursos naturais, preserva áreas, fomenta e economia circular, prolonga a vida dos aterros e diminui a degradação ambiental.
A responsabilidade é conjunta entre poder público, setor privado e cidadãos, mas há alternativas que minimizam esse impacto e partem de nós, na nossa casa, diariamente. Lembre-se: somos nós que geramos esse volume, então, é nossa responsabilidade viabilizar formas de convertê-lo num impacto positivo.
Esse é o nosso impacto. Repense!
